quinta-feira, 28 de julho de 2011

SAIA CURTA NO ZAIRE

No capítulo Coruja do Naval tenho um derivativo interessante. Antes de encerrar os anos 80, tínhamos relações de negócios com um luso de boa cepa o Josefino Viegas. O Viegas estava de boas relações com o Governo do Zaire (ex-Congo Belga), governado pelo Mobutu. Negociava concessões de exploração de jazidas de diamantes para grupos brasileiros. O representante do Mobutu e sua esposa estavam no Rio, mas o Viegas estava sem condições financeiras de recepcioná-los no domingo, retribuindo a atenção que recebera quando estivera no Zaire. Combinamos que minha esposa coordenaria essa recepção em nosso apartamento da Rua Ministro Viveiros de Castro, como se o próprio Viegas fosse o patrocinador. Correu tudo muito bem, o representante do Mobutu era um negão da maior estatura com sua esposa uma bela, culta e loira francesa. Entre os licores e os charutos, lembramos do brinde que tínhamos separado para o casal: uma bela coruja do Naval.

Quem senão o próprio Naval fora designado para a solenidade de entrega, do brinde-troféu. Estávamos na cobertura, chamamos o Naval com a coruja para a entrega. Entra o Naval, não menos majestoso do que o zairense, envergando seu uniforme de Rei da Nigéria (essa estória vem depois) e oferece com toda a diplomacia africana a inocente e curiosa coruja de azulejo. O brinde foi recebido com frieza glacial e repulsa. Deixada meio de lado pelos agraciados. Investiga daqui, investiga de lá, o Viegas descobre que coruja no Zaire é ave de mau agouro: expulsa forasteiro, mata negócios e outras adversidades. Felizmente, tive notícias que o Viegas fechou negócio com a Andrade Gutierrez no Zaire, apenas esqueceu de devolver a gentileza a D" lolanda.

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