No capítulo Coruja do Naval tenho um derivativo interessante. Antes de encerrar os anos 80, tínhamos relações de negócios com um luso de boa cepa o Josefino Viegas. O Viegas estava de boas relações com o Governo do Zaire (ex-Congo Belga), governado pelo Mobutu. Negociava concessões de exploração de jazidas de diamantes para grupos brasileiros. O representante do Mobutu e sua esposa estavam no Rio, mas o Viegas estava sem condições financeiras de recepcioná-los no domingo, retribuindo a atenção que recebera quando estivera no Zaire. Combinamos que minha esposa coordenaria essa recepção em nosso apartamento da Rua Ministro Viveiros de Castro, como se o próprio Viegas fosse o patrocinador. Correu tudo muito bem, o representante do Mobutu era um negão da maior estatura com sua esposa uma bela, culta e loira francesa. Entre os licores e os charutos, lembramos do brinde que tínhamos separado para o casal: uma bela coruja do Naval.
Quem senão o próprio Naval fora designado para a solenidade de entrega, do brinde-troféu. Estávamos na cobertura, chamamos o Naval com a coruja para a entrega. Entra o Naval, não menos majestoso do que o zairense, envergando seu uniforme de Rei da Nigéria (essa estória vem depois) e oferece com toda a diplomacia africana a inocente e curiosa coruja de azulejo. O brinde foi recebido com frieza glacial e repulsa. Deixada meio de lado pelos agraciados. Investiga daqui, investiga de lá, o Viegas descobre que coruja no Zaire é ave de mau agouro: expulsa forasteiro, mata negócios e outras adversidades. Felizmente, tive notícias que o Viegas fechou negócio com a Andrade Gutierrez no Zaire, apenas esqueceu de devolver a gentileza a D" lolanda.
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