quinta-feira, 28 de julho de 2011

EXPOSIÇÃO NO PARÁ

O Naval mantinha relações com pessoas e autoridades da cultura do Pará, estado onde nasceu no fim do século passado ou no início deste.

Como disse no princípio, há controvérsias. Em algumas ocasiões nos reunimos na Casa do Pará, no Rio de Janeiro, a pretexto de algum encontro ou evento. Certa feita, contou-me que fora convidado pela esposa do governador da época para fazer uma exposição em Belém, integrando um conjunto de eventos culturais no Pará. Receberia tanto com despesas de viagem e estadia pa­gas. Deixaria o adiantamento com Da Adeiza para pagamento das despesas semanais e, logo depois, partiu.

Passados alguns meses, estávamos sem notícias do Naval. Tanto tempo fora, então, para nós, tudo estava correndo bem. Embora, no fundo, eu tivesse certa dose de preocupação. Nessa ausência, em certa tarde, surpreendentemente, recebi o telefonema da Da Adeiza, sua esposa, perguntando-me se eu tinha notícias do Alcides, forma como ela carinhosamente o tratava. Disse-lhe que também procurava saber sobre ele, mas faria contatos para localizá-lo.

Poucas vezes tive oportunidade de conversar com Da Adeiza, pois minha parceria com o Naval era recente e, ainda, não envolvia contatos familiares. Ele já me houvera contado, com certo orgulho, que sua esposa tinha sido costureira da Da Maria Teresa Goulart, Primeira-Dama, casada com o então Presidente João Goulart. A contribuição dela para a criação dos filhos Jupa e Jussara, ajudando com os serviços de costura pra fora. Durante aquela conversa telefônica, Da Adeiza aconselhou-me a ter cuidado com o Naval, porque ele enganava a idade. Ficava preocupada com as noitadas e as boêmias, porque o Alcides já tinha mais de 80 anos. E, agora, fora de casa há mais de dois meses sem dar a menor notícia, era preocupante. Da Adeiza partiu em 10/12/83, deixando seus conse­lhos comigo os quais procurei, na medida do possível, seguilos. O Naval reapareceu poucas semanas depois, muito satisfeito e cheio de novas estórias que ficou contando durante muito tempo. Trouxe algum dinheiro, fez novos amigos e enriqueceu o seu currículo artístíco-profissional. Parece que voltou a Belém outras vezes para cumprir tarefas semelhantes.

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