quinta-feira, 28 de julho de 2011

COMPANHEIRO DE VIAGEM


Participei de um loteamento, em sociedade com o Amilcar Manoel de Menezes, burocrata e ex-funcionário do Banco Central, de poucas amizades. Frio e mercenário. Por causa disso, todos os fins de semana, eu viajava até Mendes, para gerenciar a implantação do loteamento.

E, para aliviar as pressões, convidava e levava o Naval, como companheiro de viagem. Lá, em Mendes, ele produziu muitas obras. Tenho algumas, importantes e de boas paisagens, recordando aquelas aventuras. Em vários outros lugares, participou comigo com a sua arte ou justificando a minha necessidade de sair mais cedo.

Quando fui morar em Belo Horizonte, por causa do projeto da Mineração, como também, tentando encontrar novo lugar para que meus filhos pudessem viver com mais segurança, o Naval foi nos visitar. Nós morávamos no Alto das Mangabeiras, obrigando-nos a descer ladeiras, caso desejássemos ir ao comércio, ou descer a Av. Afonso Pena.

Convidei o Naval para me acompanhar no cooper, que fazia diariamente, na parte da manhã, descendo aquelas ladeiras. Preocupei-me com o esforço que ele poderia dispender. De repente, vejo o Naval descendo a ladeira lépido em zigue-zague. Consultei sobre a forma, ele explicou-me que estava transformando a ladeira, alto declive, numa linha reta para não se cansar. Aprendi a lição e toda vez que tenho que descer ladeira, desço em zigue-zague. O diabo só é diabo porque tem experiência. O Naval tinha experiência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário